quinta-feira, 18 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
20º PRIMEIRO
Finalmente os primeiros trabalhos dedicados à tipografia. Como anteriormente já tinha esclarecido, tentei ao máximo utilizar elementos desenhados à mão também neste projecto. O tema era interessante - poesia de Fernando Pessoa, ou mais concretamente, dos seus heterónimos, é sempre matéria riquíssima, nomeadamente do ponto de vista do grafismo - mas muito honestamente não me tinha sentido minimamente inspirado ou influenciado pelos exemplos apresentados nas aulas teóricas. Ao mesmo tempo, não queria cair na tentação de seguir o caminho do facilitismo e limitar-me a fazer desenhos com as palavras. Já havia visto demasiadas rodas dentadas, engrenagens e maquinismos, ou florestas, rios e flores compostas com as palavras dos poemas propostos.
Assim sendo, tentei encontrar outras imagens que se adaptassem à escrita, mas de uma forma menos óbvia. As hipóteses só começaram a ser realmente uma certeza quando me decidi por desenhar um Fernando Pessoa. Assim que o desenhei «vi» imediatamente o que queria fazer. Vectorizei o desenho - algo que não me satisfez por completo, já que gostava do aspecto «tinta da china» do original (e que pode ser visto mais abaixo, igualmente - e apliquei o texto. Nada mais. O aspecto minimalista dos dois trabalhos, aliás, é propositado. Na minha opinião, demasiados elementos gráficos não serviam o que tinha em mente, embora tenha visto alguns resultados de colegas da turma, manifestamente mais complexos e magníficos, não só conceptualmente como visualmente também.
O segundo exercício pairava na minha mente há já umas semanas, mas ainda não tinha a certeza como o executar ou, como o complementar. Já tinha a imagem do poeta, retirada da capa de um livro intitulado Poesia Dos Outros "Eus", e tinha pensado em compô-la a partir de palavras, mas isso só não me agradava. Algum elemento exterior à imagem tinha de contribuir com o devido enquadramento, não podia simplesmente construir um Pessoa com palavras e esperar que isso servisse somente como decoração. Claramente já tinha desistido de seguir a sugestão/indicação expressa no projecto e que nos «obrigava» a utilizar um outro texto, complementar ao excerto de um poema. Optei antes por procurar citações de Fernando Pessoa na esperança de que alguma pudesse dar lógica ao que tinha planeado. E não precisei de procurar muito; a frase escolhida, na minha opinião, representa bastante bem o conceito a que a imagem dá corpo. Não fiquei totalmente satisfeito com o resultado final, no entanto, e sinto que com mais tempo e sem a pressão dos exames e dos restantes trabalhos conseguia melhorar o trabalho.
Resta o terceiro exercício, totalmente diferente destes dois, e que planeio publicar amanhã ou sexta. E depois, o trabalho final.
O original
sábado, 13 de junho de 2009
VIGÉSIMO
Agora com um bocadinho de tempo livre entre dois exames, posso em poucas linhas escrever a real memória descritiva dos dois trabalhos publicados recentemente.
Quanto ao projecto elaborado a partir de "Take a Walk On The Wild Side":
Como já havia explicado o difícil foi mesmo escolher o tema musical. Assim que me decidi comecei à procura de imagens que correspondessem ao que tinha em mente. Escolhida a imagem o resto foi mesmo muito simples. Ampliação de fotografia, papel vegetal de engenharia, caneta branca (fantástica, diga-se), quatro clips para a coisa não se desconjuntar e muita paciência depois o trabalho estava feito. Limitei-me a preencher as luzes das janelas dos edifícios na imagem na expectativa de que só com esses brancos conseguisse transmitir a idéia de uma cidade. Os testes seguiram-se desde logo com a colaboração da minha mãe e irmãos. A resposta era sempre a mesma, a minha mãe, eterna viajante espiritual, respondeu com toda a certeza do mundo "é Manhattan". Estava satisfeito.
A fase seguinte passou pelo Photoshop unicamente para poder digitalizar a imagem e construir o quadrado e círculo propostos no projecto. Estava feito. Resta-me referir dois pormenores importantes. Primeiro, que a música que me influenciou esteve bem presente durante a execução do trabalho e durante a escrita do respectivo post; o Lou Reed em loop ajudou e de que maneira. Segundo, que a colaboração do professor Giesteira foi vital. Perguntei-lhe um dia se podia desenvolver os projectos à mão e não totalmente com a ajuda de um qualquer programa informático. Disse-me que sim e que isso também era tecnologia. Foi o empurrão de que eu precisava para soltar a imaginação ao meu gosto e começar a trabalhar.
Ah, já agora, tenho de fazer justiça à imagem sobre a qual trabalhei. Se não fosse ela...
Quanto ao Empire State Building:
Não foi nada complicado compôr a infografia. A dificuldade residiu simplesmente no facto de não dominar totalmente o Freehand, o que me fez perder algum tempinho...
Fora isso o que tive de fazer foi realmente simples. Digitalizar todas as imagens, vectorizá-las, dar-lhes uma cor catita, acrescentar toda a informação útil, escrever um textinho bonitinho e algumas curiosidades interessantes acerca do Empire State e arranjar o quadro de forma lógica e atraente.
Gostei do resultado final, embora tenha noção de que podia ficar mais elaborado. Ainda assim...
quarta-feira, 10 de junho de 2009
10º NONO
A infografia, e que também me deu alguns problemas na hora de escolher o que ia fazer. Não foi fácil, e confesso que optei pelo Empire State Building mesmo à última.
E não foi complicado. Bastou recolher informação sobre o edifício, o que se consegue com facilidade, e trabalhar as imagens no Freehand. Demorou mais do que estava à espera, mas foi também um trabalho de que gostei mais do que podia imaginar.
10º OITAVO
Finalmente o primeiro projecto lançado nas aulas. Aparentemente simples, foi aquele que me deu mais dores de cabeça. Não por ser demasiado complexo, ou, por outro lado, pouco interessante. Nada disso. O problema é que havia que escolher uma música a partir da qual o projecto seria desenvolvido. E para mim isso é um problema: escolher uma música.
Passaram tantas pela mesa de trabalho, ou pela minha cabeça, que já nem me lembro de metade. Radiohead, Fleet Foxes, Devendra Banhart; músicas famosas de filmes mais ou menos conhecidos, Mozart e Óperas várias. Todas me agradavam demasiado para conseguir em tempo útil escolher qual a mais indicada. Porque desde sempre as músicas rapidamente me sugeriam imagens. E porque sempre me tentei escapar àquelas explicações muito rebuscadas para coisas como filmes, músicas, pinturas ou, neste caso específico, as imagens que a nossa mente projecta, influenciada por aquilo que percepciona.
Foi somente na semana passada que consegui escolher a música a trabalhar. E de forma inequívoca. A música que deveria ter estado lá desde o início e que, por alguma razão que me ultrapassa, nunca foi sequer uma hipótese. A minha música favorita de sempre. "Take a Walk On The Wild Side", de Lou Reed. A música que sempre me imprimiu na imaginação a mesma imagem. Desde sempre, desde que a conheço, já lá vão uns bons vinte anos. Nova Iorque. Ouvir a obra-prima de Lou Reed faz-me sempre e de forma instantânea pensar na cidade que nunca dorme, na Big Apple, em NY e etc, etc. E sempre foi assim. Claro, a música fala realmente de Nova Iorque e de várias personagens que só poderiam existir lá. Mas mais do que me fazer pensar, ou lembrar de Nova Iorque, "Take a Walk On The Wild Side" É Nova Iorque. Do início ao fim.
O ritmo é Nova Iorque. O contrabaixo repetitivo, a guitarra tão tímida (ou relaxada, se preferirem), as escovas na tarola, tão jazzy, a voz de Reed e as histórias que nos conta, todas tão TriBeCa. Os violinos que entram lá mais para o meio, tão Upper West Side, as colour girls, do Harlem, sem dúvida, o saxofone, bem por cima de todos os outros instrumentos, directamente do Soho.
"Take a Walk On The Wild Side" é Nova Iorque como Nova Iorque será sempre. É o destino daquela metrópole ser assim, tão rápida, tão intensa e ao mesmo tempo tão intensamente lay low. Lou Reed soube, como bom novaiorquino, construir uma peça de música que condensa tudo o que Nova Iorque é. "Take a Walk On The Wild Side" é o perfume de Nova Iorque. Melhor, muito melhor que qualquer guia turístico, enciclopédia ou documentário.
Apaixonei-me por Nova Iorque há uns anos e sem me dar conta, ou perceber porquê. Apaixonei-me simplesmente, como nos apaixonamos tantas vezes na vida por tantas outras pessoas. Esta é a minha homenagem à cidade, mais do que um projecto da faculdade.
(A imagem no círculo está de pernas para o ar por uma razão muito simples: um dos meus irmãos, ao ver a imagem completa, pegou na folha ao contrário e disse-me "isto é uma cidade vista da rua". E tinha razão. Embora o original seja uma vista dos prédios de Manhattan, mas do céu, a verdade é que basta inverter o ângulo de visão para mudar a perspectiva das coisas e o meu irmão, sem querer, lembrou-me disso. Ainda bem.)
Imagem original
Holly came from miami f.l.a.
Hitch-hiked her way across the u.s.a.
Plucked her eyebrows on the way
Shaved her leg and then he was a she
She says, hey babe, take a walk on the wild side
Said, hey honey, take a walk on the wild side
Candy came from out on the island
In the backroom she was everybodys darling
But she never lost her head
Even when she was given head
She says, hey babe, take a walk on the wild side
Said, hey babe, take a walk on the wild side
And the coloured girls go
Doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo
Doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo
Doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo
Doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo
(doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo)
(doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo)
(doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo)
(doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo)
(doo)
Little joe never once gave it away
Everybody had to pay and pay
A hustle here and a hustle there
New york city is the place where they said
Hey babe, take a walk on the wild side
I said hey joe, take a walk on the wild side
Sugar plum fairy came and hit the streets
Lookin for soul food and a place to eat
Went to the apollo
You should have seen him go go go
They said, hey sugar, take a walk on the wild side
I said, hey babe, take a walk on the wild side
All right, huh
Jackie is just speeding away
Thought she was james dean for a day
Then I guess she had to crash
Valium would have helped that dash
She said, hey babe, take a walk on the wild side
I said, hey honey, take a walk on the wild side
And the coloured girls say
sábado, 23 de maio de 2009
10º SÉTIMO
Mais uma vez fora de ordem - e porque ainda estou a trabalhar nos projectos de tipografia - publico alguns exemplos da utilização de caractéres que valem por si só. Uns serão mais conhecidos do que outros, mas no fundo todos servem o propósito de destacar um objecto; nestes casos, livros, filmes ou concertos.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
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