sexta-feira, 20 de março de 2009

QUINTO

Antes de partir para uma segunda e melhorada versão do artigo sobre Matisse, apeteceu-me publicar uma série de referências pessoais que considero terem algo a ver com as matérias que temos vindo a abordar nas aulas.
A primeira, ainda relacionada com os elementos visuais básicos, diz respeito ao trabalho do fotógrafo francês Denis Darzacq subordinado a um tema muito específico (e surpreendente), e que foi publicado em dois livros, La Chute e Hyper. As suas fotografias são a representação gráfica de algo que ele próprio já havia afirmado, "uma pessoa pode cair de um prédio em França que ninguém repara".
As imagens são assutadoramente reais e podem ser olhadas de dois pontos de vista distintos. O primeiro aponta imediatamente para a forma genial como Darzacq congela um movimento brutal e violento para o transformar numa coreografia de uma beleza inegável. O segundo ponto de vista remete-nos para um desse elementos da comunicação visual de que temos falado e que, ironicamente, é parado no tempo pela câmara do fotógrafo: o movimento. Sabemos todos que um corpo em queda livre atinge uma velocidade considerável. Denis Darzacq encontrou uma forma de o parar, é certo, e essa sensação é, como já referi, imediata. Contudo, as suas imagens pouco a pouco transmitem-nos uma segunda sensação; a sensação de que ali há eternamente a velocidade de um corpo que, imparável, se despenha em direcção ao solo.







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